|
Da coleta à transfusão do sangue
Entenda o serviço prestado pelo SANIM VET |
Responsabilidade, tecnologia e biossegurança. Esses são os passos fundamentais que o SANIM VET – Banco de Sangue Veterinário percorre entre a doação de sangue e a transfusão para um paciente veterinário.
O primeiro desafio é selecionar doadores. Os cães devem ser dóceis, ter mais de 25 kg e entre 1 e 7 anos de idade, com vacinação, vermifugação e controle de pulgas e carrapatos em dia. Fêmeas não podem estar prenhes. Se preencher esses pré-requisitos, o doador passará por uma consulta, na qual os médicos veterinários farão a coleta de uma amostra de seu sangue para realização de exames laboratoriais. Esse check up é gratuito e enviado aos tutores por e-mail. Os exames são uma medida de biossegurança: têm o objetivo de evitar a transmissão de doenças infecciosas para o receptor, ao mesmo tempo que atestam que o doador não está anêmico, por exemplo, e, portanto, tem condições de fazer a doação. É no procedimento de coleta que está uma das maiores inovações propostas pelo SANIM VET. Nosso banco de sangue conta com uma unidade móvel, equipada com um laboratório. Isso significa que a doação pode ser feita em locais de fácil acesso aos tutores dos cães doadores e que os exames de sangue de triagem são realizados ali mesmo, em até 15 minutos. A unidade móvel é climatizada, garantindo o conforto térmico do doador durante o procedimento, que é integralmente realizado com material estéril e descartável e conduzido por um médico veterinário treinado. A bolsa de sangue é, então, encaminhada para o laboratório fixo do SANIM VET, onde passará por um controle rígido de qualidade e novos exames serão realizados, que incluem: hemograma (previamente realizado), pesquisa de hematozoários, perfil renal, perfil hepático, cultura para Brucella canis e sorologia para Ehrlichia canis, Ehrlichia ewingii, Anaplasma platys, Anaplasma phagocytophilum, Dirofilaria immitis, Borrelia burgdorferi e Leishmania infantum. As bolsas aprovadas são submetidas ao fracionamento, procedimento no qual são separados os componentes do sangue (concentrado de hemácias, concentrado de plaquetas, plasma fresco congelado e crioprecipitado), de forma que o cão receptor possa receber apenas a transfusão do produto biológico de que de fato necessita. A transfusão seletiva reduz a chance de reações transfusionais a um paciente que, em geral, já está bastante debilitado. Além disso, permite que uma única bolsa possa salvar no mínimo três vidas. O que a família do cão receptor pagará não é, portanto, pelo sangue, mas pela mão-de-obra e os materiais de consumos envolvidos em sucessivos procedimentos de coleta, teste e fracionamento exigidos ao longo do processo, que garantem a segurança da transfusão. Parte das bolsas coletadas por nosso banco de sangue, no entanto, são destinadas a hospitais universitários, que têm o compromisso de repassá-las gratuitamente a famílias que não tenham como arcar com os custos da transfusão. A medida visa colaborar com a promoção da saúde animal e estimular o interesse de estudantes de veterinária por essa área, de forma que possamos, a cada ano, salvar mais vidas de forma cada vez mais segura. O desafio é de todos nós. Abrace essa causa. |